Memórias
de terror
13
anos depois de um dos maiores massacres de sempre, a vida no liceu Columbine
continua.
Amanheceu no Colorado,
Estados Unidos da América. Uma manhã que parecia igual a tantas outras acabou
por se transformar numa dos piores carnificinas a que o mundo já assistiu. O
dia 20 de Abril de 1999 ficou marcado para sempre na história como o dia do Massacre
de Columbine.
Dois estudantes, Eric Harris
de 18 anos e Dylan Klebold de 17 anos, entraram na escola armados e puseram fim
à vida de 13 pessoas, 12 estudantes e um professor. Para além dos mortos,
fizeram ainda 21 feridos durante o ataque e as marcas psicológicas deixadas
pelo massacre persistem na memória de todos os que estavam presentes e que por
algum motivo sobreviveram.
Eram 11:10 da manhã quando
os dois jovens entraram na escola. Por volta do meio-dia, e pouco antes da
entrada das autoridades, já os estudantes se haviam suicidado, tendo, no
entanto, deixado 34 vítimas para trás e um recado: “Não culpem ninguém pelos nossos
actos. É desta forma que queremos partir”. Em pouco mais de 40 minutos Eric e
Dylan espalharam o terror pela escola, deixando explosivos por todo o lado e
atirando em toda a gente que aparecia.
A história de
Cassie Bernall comoveu o mundo e deu origem a várias músicas e a um livro. A
coragem de uma jovem com apenas 17 que foi brava o suficiente para à pergunta
“Acreditas em Deus?”, e mesmo sabendo que a resposta afirmativa a condenaria à
morte, anuir “Sim, eu acredito”, emocionou e continua a emocionar todos os que
tomam conhecimento desta história. Apesar de a polícia ter negado o episódio e
de mais tarde este ter sido atribuído a outra jovem, Cassie, a rapariga que
disse “sim”, foi e será sempre um símbolo de fé e fidelidade perante os seus
ideais.
Neste momento a
pergunta impõe-se: e se em Portugal, numa manhã como tantas outras, acontecesse
o mesmo? E se em Portugal, numa escola repleta de crianças e jovens entrassem
dois estudantes com metralhadoras e caçadeiras em punho e desatassem a abater
todos os alvos à sua frente? Estaria Portugal preparado para tal violência?
Estaria a polícia nacional preparada para actuar com a brevidade exigida?
Nos últimos anos
o número de ocorrências deste tipo de massacres tem vindo a aumentar. Só na
primeira década do século XXI contamos já com um massacre por ano. A grande
maioria teve lugar nos Estados Unidos da América, no entanto, por toda a Europa
e Médio Oriente temos exemplos destes episódios, que chocaram e continuarão a
chocar a opinião pública.
Hoje em dia
“Columbine High School” é uma escola com profundas marcas. Na parede ficaram os
nomes dos estudantes que partiram, na memória a imagem dos amigos, familiares e
entes queridos que viram a sua vida ceifada demasiado cedo.
Joana Silva