quarta-feira, 9 de maio de 2012

Futuro incerto para a Europa que começou hoje, há 62 anos


Países integrantes e bandeira da CECA

A 9 de Maio de 1950, Robert Schuman, então ministro francês dos Negócios Estrangeiros, apresentou a “Declaração Schuman” que propunha a criação de uma Europa unida e organizada. Um ano depois, apoiada no texto de Schuman, nascia a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) que está na origem da actual União Europeia. Robert Schuman foi o primeiro Presidente do Parlamento Europeu  (entre 1958 e 1960) e é considerado um dos “Pais da Europa”.
Na Cimeira de Milão de 1985 os Chefes de Estado e de Governo, em memória deste acontecimento, escolheram o dia 9 de Maio para, anualmente, se celebrar o Dia da Europa. As celebrações, que se realizam por todos os Estados-Membros, visam aproximar os cidadãos da União Europeia e focam-se nos problemas da actualidade. Em Lisboa, no Pátio da Galé, no Terreiro do Paço, decorre, das 11 horas às 20 horas, a “Bolsa de Empreendedorismo”. A iniciativa tem como objectivo promover a recuperação económica e o emprego, apoiando iniciativas de começo ou expansão de negócio.
Esta actividade está enquadrada na “Semana do Empreendedorismo da Câmara Municipal de Lisboa” que conta com a parceria de dezenas de entidades públicas e privadas. Ao longo do dia decorrerão workshops, sessões de aconselhamento especializado, debates com possíveis parceiros de negócio e relatos na primeira pessoa de empresários de sucesso. Haverá também uma “Loja do Cidadão Empreendedor”, com gabinetes de apoio que auxiliam em temas como capital de risco, propriedade industrial, recursos humanos ou incubação.
Nesta semana em que se comemora o Dia da Europa, o futuro da Europa está na linha com o resultado de duas eleições. Na Grécia, o descontentamento que a população vem mostrando tão claramente ficou bem explícito no resultado das eleições legislativas. Com percentagens mínimas divididas pelos mais variados partidos oficializou-se o que se vinha observando há meses: a Grécia está ingovernável.
Nas eleições presidenciais francesas também não houve surpresas, mais uma vez aquilo que  a população vinha mostrando nas ruas prevaleceu no resultado das urnas: mais um Chefe de Governo politicamente castigado desde que a crise rompeu. Agora resta saber se o novo Presidente de uma das nações mais importantes para o futuro da Europa irá manter a dura liderança iniciada por Merkel e Sarkozy ou se um desentendimento com as políticas da chanceler alemã (Hollande é contra as políticas de austeridade) ditará o colapso da Europa.
Com a crise alastrada no velho continente, os países esperam para ver se as duas nações que carregam a Europa às costas se entenderão ou se voltarão ao velho período em que eram inimigas declaradas. Já há 62 anos atrás Robert Schuman dizia na sua declaração: “a união das nações europeias exige que seja eliminada a secular oposição entre a França e a Alemanha.”

Texto integral da “Declaração Schuman”:
 http://europa.eu/abc/symbols/9-may/decl_pt.htm


Raquel de Melo Teixeira

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A Nona Sinfonia de Beethoven já não harmoniza a União Europeia

 A 7 de Maio de 1824, Beethoven estreava a sua Nona Sinfonia, cujo quarto movimento fora, em 1985, escolhido para ser o Hino da União Europeia.
Hino da alegria” foi o nome que Ludwig van Beethoven deu ao quarto e último movimento da sua harmonia, baseando-se no poema com a mesma designação, escrito em 1785 por Friedrich voz Schiller. Nessa poesia, Schiller expressava uma visão idealista da raça humana, que se tornaria uma irmandade. Assim, a “Ode à Alegria" manifesta os ideais de Liberdade, Paz e Solidariedade, os quais a União Europeia, as instituições e os países que a constituem defendem e promovem.
Porém, a UE já tocou num tom mais afinado. Numa altura em que a crise se instalou definitivamente e prolifera por todos os países, algumas notas parecem não ser as mais acertadas. A liberdade individual dos países é cada vez mais questionada, os limites da solidariedade são cada vez mais claros, e a paz… essa mantem-se, mas nem sempre internamente.

 

Ó amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais agradável
E cheio de alegria!


Os actuais países da União Europeia mudaram de tom quando a ela se juntaram, mas precisam de o fazer novamente, porque a amizade e alegria que Beethoven e Schiller preconizavam há muito que estão desafinadas nesta união.



Flávia Brito