sexta-feira, 23 de março de 2012

23 de Março


Faz hoje um ano que José Sócrates se demitiu do seu cargo de Primeiro-ministro.
No início do ano de 2011, o então Primeiro-ministro propôs aos partidos da oposição e ao país um Plano de Estabilidade e Crescimento, mais conhecido por PEC IV. Quando a oposição teve acesso ao conteúdo do PEC IV e percebeu o que ele implicaria, avisou o Primeiro-ministro que nunca iria permitir que aquele plano avançasse. Como resposta, Sócrates disse que sem a aprovação do PEC não teria possibilidade de governar o país.
Assim, dia 23 de Março, o Parlamento inteiro chumbou o PEC IV conduzindo assim à demissão de José Sócrates.

Dinheiro de fora
“Sempre alertei para as consequências negativas de uma intervenção externa. Há toda uma diferença entre um País que resolve os seus problemas e um País que tem de pedir ajuda externa por não conseguir resolver os seus próprios problemas”, afirmou Sócrates no seu discurso de demissão, passado em directo nos canais nacionais.
Marcaram-se legislativas para o mês de Junho, e no tempo entre a demissão e as eleições, José Sócrates manteve o seu cargo. Foi nesse período de tempo que o então Primeiro-ministro chamou o FMI e a Troika.
Sempre acusando o PSD de ser o responsável pelo pedido de ajuda externa, José Sócrates juntamente com os outros partidos e com a Troika criou um plano para recuperar a economia de Portugal. Este plano teria que ser seguido à risca e para ter a certeza que tal acontecia, a Troika viria visitar o país de seis em seis meses.  
A 5 de Junho de 2011 houve eleições legislativas. Os principais candidatos eram José Sócrates, pelo PS, Passos Coelho, pelo PSD, Francisco Louçã, pelo BE, Paulo Portas, pelo CDS-PP, e Jerónimos de Sousa, pelo PCP.
Venceu Passos Coelho, que mais tarde fez a coligação com o CDS-PP, para, dessa forma, ter a maioria no Parlamento.

Passos Coelho é neste momento Primeiro-ministro e faz cumprir as regras impostas pela Troika para alcançar dessa forma as metas também impostas por esta entidade. Portugal continua em crise e não se sabe bem quando sairá dela.
Enquanto isso, José Sócrates está em Paris a estudar Ciência Política.


Adriana Santos