segunda-feira, 9 de abril de 2012

"Guerra" no espaço

Era 1959, há 14 anos que a II Guerra Mundial terminou. Fidel Castro torna-se primeiro ministro de Cuba. Os estúdios da Walt Disney lançam a animação “A Bela Adormecida” e um bilhete de cinema custa 1 dólar. Morre o primeiro humano com o vírus HIV, no Congo. Estreia-se a primeira boneca Barbie. Aparece a caneta BIC e o microchip. Eisenhower é o Presidente dos EUA e Richard Nixon o vice-presidente. O Alasca torna-se o 49º estado americano e, sete meses depois, o Havai torna-se o 50º (a bandeira actual, com as 50 estrelas, aparece um ano depois). O mundo está dividido em dois blocos, EUA e URSS, que se provocam mutuamente sem nunca tomarem ofensivas militares directas. Como uma das competições da Guerra Fria surge a "corrida espacial".
É nesta América, mais precisamente em Washington, que a 9 de Abril de 1959 o mundo conhece os sete primeiros astronautas americanos. John Glenn, Alan Shepard, Gordon Cooper, Scott Carpenter, Gus Grissom, Wally Schirra and Donald “Deke” Slayton são os escolhidos da NASA para o “Projecto Mercúrio”, o primeiro programa dos EUA para vôos espaciais com homens a bordo. A imprensa chama-lhes os “Mercury Seven” e os americanos enchem-se de orgulho.
Três dias depois da conferência de imprensa em Washington, a URSS afirmava o sucesso da missão Vostok 1, tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro homem no espaço, que completara uma órbita em torno da Terra. Vinte e três dias depois, Shepard embarca na missão Mercúrio, tornando-se o segundo homem e o primeiro americano no espaço. No entanto, é o astronauta Glenn quem conquista para os EUA o marco de uma órbita completa em torno da Terra.
Em 1967 um dos sete astronautas, Grissom, seria morto quando a sua cápsula pega fogo, durante a missão Apolo 1. A missão falhou mas foi a primeira do programa Apolo que, em 1969 (Apolo 11), colocaria os primeiros homens na Lua. Os EUA venciam a URSS na corrida espacial.
Actualmente, a NASA tem em curso 94 missões que incluem o famoso telescópio Hubble e a estação espacial internacional. Recolhem informação sobre o Sol (por exemplo, Hinode Solar B), Saturno (Cassini-Huygens),  Júpiter (Juno), Mercúrio (MESSENGER) e Marte (duas das cinco missões relacionadas com este planeta recolhem dados sobre a existência de água no planeta). Estudam a Lua (por exemplo, LRO), asteróides e cometas (Dawn e EPOXI), mapeiam a história da formação das estrelas no Universo (GALEX) e procuram outros planetas habitáveis (Kepler).
Mas as missões da NASA não se restringem ao Universo em redor da Terra. Muitas delas centram-se no conhecimento e vigilância do nosso planeta, desde aquelas que mapeiam o nível de sal nos oceanos (Aquarius), estudam a atmosfera e o clima terrestres (Aura e CALIPSO) ou vigiam os “gatilhos” na atmosfera que podem provocar condições atmosféricas extremas como tornados e furacões (GOES).


Já agora, para quem quiser saber por que é que, cientificamente, segundo a NASA, o mundo não vai acabar em 2012, fica o link.

Raquel de Melo Teixeira

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