segunda-feira, 2 de abril de 2012



Habemus Papam

No sétimo aniversário da sua morte relembramos João Paulo II.
Nascido Karol Józef Wojtyła a 18 de Maio de 1920, foi o 264º Papa, o primeiro Papa não italiano desde 1520 e, ao mesmo tempo, um dos líderes mais influentes do séc. XX.

Como líder mundial da Igreja Católica Apostólica Romana  foi dos que mais viajaram em representação da causa cristã, visitando 129 países ao todo. Aonde quer que fosse, a sua batina branca trazia uma mensagem de esperança. Esperança aos que sofrem, esperança aos enfermos.

A sua dedicação era tanta que, na sua primeira viagem oficial, visitou uma igreja cheia de doentes e inválidos no México e, segundo um dos acompanhantes:  “deteve-se diante de cada um deles e tive a impressão de que os venerava a todos: inclinava-se para eles, tentava compreender o que lhe diziam e depois acariciava-lhes a cabeça”. “Os responsáveis pela cerimónia depressa se deram conta que, neste tipo de viagens, não deviam colocar mais de trinta doentes diante do altar,” para não interferir com os horários.
Ao longo do seu pontificado realizou vários feitos memoráveis, como o famoso pedido de desculpas, em nome da Igreja Católica, às vitimas da Inquisição, aos cristão ortodoxos, às mulheres e povos discriminados pela Igreja, aos muçulmanos mortos nas Cruzadas católicas, aos escravos africanos , às vítimas do holocausto, e a todos aqueles que, pela acção ou inacção da Igreja, sofreram ou morreram.

Foi também um ponto alto no seu mandato, a melhoria das relações entre o catolicismo e o islamismo. Em 2001, em visita à Síria, Karol Wojtyla tornou-se o primeiro Papa não só a entrar, mas também a rezar numa mesquita, e a beijar o Corão. No seu discurso no local proferiu: "Por todas as vezes que os cristãos e os muçulmanos se ofenderam entre si, precisamos buscar o perdão do Todo Poderoso e oferecer uns aos outros o perdão". Durante o seu mandato, o Catecismo da Igreja Católica demonstrava a igualdade espiritual entre as duas religiões com a seguinte afirmação: "O plano de salvação também inclui aqueles que reconhecem o Criador, o que inclui os muçulmanos; estes professam ter a fé de Abraão, e junto com nós, eles adoram a um, Deus misericordioso, juiz dos homens no último dia".

Apesar de ser apologista do maior respeito e liberdade para as mulheres, e de uma relação mais próxima entre a ciência e a religião, Karol Wojtyla foi bastente criticado por ser conservador em alguns aspectos. Era contra a homossexualidade, a inclusão do sexo feminino em alguns sectores da igreja e rejeitava a contracepção.
A sua posição nos escândalos sexuais, mais especificamente de pedofilia, no seio da Igreja também foi alvo de condenação. O Papa foi acusado ser dúbio, de condenar em público e encobrir os casos na fachada.

Karol Wojtyla foi o primeiro Papa polaco, como tal, o primeiro originário de um país comunista.
O seu papel na alteração do regime deste país e de outros é inegável. Inclusivamente o presidente russo, Mikail Gorbachov, reconheceu-o abertamente ao afirmar: “Não fui eu que acabei com o comunismo, mas João Paulo II”. O Papa é considerado o catalisador para a revolução pacífica.
Segundo Lech Wałęsa, fundador do ‘Solidariedade’, movimento sindical não-comunista polaco, "Antes de seu pontificado, o mundo estava dividido em blocos. Em Warsaw, em 1979, ele simplesmente disse: 'Não tenha medo'. O seu discurso “foi o detonador da mudança”, completa o General Wojciech Jaruzelski, último líder na Polônia comunista.

O que mais cativava na sua figura era o sorriso, a devoção a Maria, o domínio de várias línguas e o seu amor às crianças e aos pobres.
Era amante de esqui, montanhismo e remo. “Karol Woytila [em privado era] exactamente como era visto em público: um homem enamorado, um cristão que olhava para além de si mesmo. A sua peculiaridade pessoal aparecia principalmente na sua relação com Deus. Por isso a sua espiritualidade era atraente e cativante. Sofrendo, ou rindo, não mantinha uma relação especulativa com uma divindade distante. No seu dia-a-dia, estar com Deus constituía a maior paixão, a mais intensa prioridade, e sempre mais, o mais normal do mundo”, refere  Joaquín Navarro-Valls, ex porta-voz de João Paulo II



Juan Paulo II foi sacerdote até ao fim, porque deu a sua vida a Deus pelas suas ovelhas e pela inteira família humana, numa doação quotidiana ao serviço da Igreja e sobretudo nas difíceis provas dos últimos meses de vida.”, Papa Bento XVI.



Ana Ernesto

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