segunda-feira, 5 de março de 2012


O revólver Coltiano

Foi há 177 anos, nesta mesma data, que surgiu o primeiro revólver, pelas mãos de Samuel Colt.
Este inventor e fabricante de armas norte-americano patenteou o revólver Colt 45 a 1835, a primeira arma de fogo com cilindro removível e um tambor capaz de conter até seis munições.
Esta invenção foi revolucionária pois facilitava o recarregamento e manuseio da arma, quando comparado com as outras armas disponíveis na altura, que também eram mais pesadas e imprecisas. Com o revólver de Colt não importava a força física pois o armamento anulava todas essas variáveis. 

Num mundo onde as armas disparavam uma munição de cada vez, a invenção de uma que disparava seis causou furor. Após um disparo, o tambor introduzido por Colt girava e recarregava a arma, deixando-a pronta para um novo tiro.


A invenção da Colt 45 foi um marco importante da história das armas e principalmente as de fogo, mas está longe de ser o início do uso das mesmas.
   Os homens de Neandertal já utilizavam pedras esculpidas e amarradas a paus e pedaços de madeira como forma de defesa e caça, tal como muitos povos mais tarde recorriam ao metal para fabricar punhais e espadas, mas o ponto de viragem na história das armas foi a descoberta da pólvora pelos chineses assinalada entre os séculos XV e XVI depois de Cristo. Descoberta essa que resultou de um acidente de alguns alquimistas que, por ironia enquanto criavam a base de todas as armas, procuravam o elixir da vida. Assistiu-se então a uma evolução fascinante do uso da pólvora. Foguetes, bombas, canhões feitos de tubos de bambu para lançar pólvora aos inimigos. O uso militar do pó negro foi o primeiro a chegar. 

Foi então que no Renascimento foram introduzidas as primeiras armas de fogo para combates individuais na Europa, e posteriormente nas duas guerras mundiais assistiu-se a um aumento exponencial da variedade e capacidade das mesmas. Na Primeira (1914-1918), destacaram-se as pistolas de mão, como a Luger, principalmente na guerra de trincheiras, e na Segunda (1939-1945) a submetralhadora. 

Desde o começo da sua produção em massa no século XIX  as armas de fogo têm proliferado em grande parte do mundo e é comum coabitarmos com elas. 

Perigo ou protecção? É uma questão bastante debatida mas o que é inegável é que, associadas ao tráfico, as armas podem ser bastante prejudiciais.

O tráfico de armas é actualmente um dos maiores problemas mundiais, por ser internacional, envolver gente muito poderosa e render billiões de dólares, por exemplo só na Índia este tipo de tráfico rendeu 63 milhões de dólares em 2006. 
 Em Portugal o "tráfico de armas é preocupante", afirmou o director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Santos Cabral, ao Diário de Notícias.  Acrescentou ainda que “as armas empregues por grupos criminosos que actuam nas cidades são cada vez mais perigosas" e para piorar “estão ao alcance de gente cada vez mais jovem”.

Actualmente é praticamente impossível saber ao certo o número de indivíduos que possuem armas de fogo. Milhões, talvez biliões, de pessoas têm-nas seja para a caça, para a defesa pessoal ou fins mais perversos. 
O que não deixa dúvidas é que a produção, venda e tráfico de armas são negócios crescentes e a prova disso é que o armamento militar foi um dos poucos sectores, senão o único, não afectado pela crise e em 2010 gastou-se um trilião e meio de dólares no mesmo.
A verdade é que o custo para superar a fome mundial seria uma fracção pequena do que se gasta em armamento actualmente.



Desde o uso de pedras à invenção do revólver e o uso da metralhadora na II Guerra, o homem sempre recorreu às armas mas, representarão elas perigo ou protecção?




Ana Ernesto





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