Nasceu
uma estrela
Hoje é dia 4 de Maio de
2011! Há precisamente 83 anos nascia uma das mais brilhantes actrizes que o
grande público jamais vira.
Audrey Hepburn marcou uma
época. Foi das mulheres mais premiadas na sétima arte e talvez por isso se
tenha tornado tão inesquecível para uma geração que viveu, que se encantou, e
que se apaixonou pela actriz belga.
Mais do que relembrar uma
actriz, importa relembrar todo um género cinematográfico. Refiro-me aos
musicais: os grandes musicais que continuam a ser recordes de bilheteira; os
grandes musicais que com a música preenchem um vazio; os musicais que deixaram
marcas num século de guerras e catástrofes; os musicais que foram, são e
continuarão a ser eternos.
Quem não se lembra de Julie
Andrews e das crianças “Von Trapp” nas montanhas verdejantes da Baviera a
cantar Do Ré Mi? É impossível deixarmos para trás "Eliza" de My Fair Lady, a
pobre vendedora de flores londrina que no espaço de seis meses passa a ser uma
dama da alta sociedade que apenas queria dançar toda a noite (I could have
danced all nigtht). Quando pensamos em musicais vem-nos automaticamente à
cabeça "Don" e "Lina" acompanhados da sua Serenata à Chuva (Singin’ in the rain).
Na década de 70 Olivia
Newton John e John Travolta trouxeram-nos o êxito de bilheteira Grease. “Summer
Nights” e “You are the one that I want” andaram na boca de meio mundo e
influenciaram dezenas de teenagers. Foi ao som de “Aquarius” que, em 1979,
surgiu Hair, uma adaptação do teatro musical com o mesmo nome. Desde Dirty
Dancing à série televisiva e filme Fame; desde Footloose a Flashdance. Os anos
80 contaram com a presença de filmes musicais, grandes sucessos de bilheteira,
que surpreenderam e apaixonaram os jovens de toda a parte.
Eu nasci na década de 90. Cresci
a ver musicais bem mais antigos do que eu. A vivacidade, a alegria, o
movimento, a agitação, conseguiam sempre prender-me ao ecrã; conseguiam sempre
transformar os monótonos diálogos, em que por vezes eu adormecia, em histórias
encantadas com príncipes e princesas e com finais felizes. Lembro-me de tentar
imitar a freira "Maria" e de ensinar os meus bonecos a cantar; recordo-me de
querer ter poderes mágicos como a "Mary Poppins"; tentava dançar tão bem quanto a "Alex" de Flashdance, mas sem sucesso, essa nunca foi a minha praia.
Os anos passaram, os
clássicos ficaram. Com o século XXI e com a minha adolescência chegaram as
DreamGirls, o High School Musical e o Mamma Mia. Ainda hoje guardo as canções e
os passos de dança na memória. O Moulin Rouge e a Nicole Kidman fizeram-me
derramar lágrimas infinitas por uma história que não é minha. Catherine Zeta
Jones e Richard Gere provocaram-me sentidas gargalhadas com Chicago.
Se me perguntarem se os musicais
de hoje são tão bons como os grandes clássicos, eu fico automaticamente sem
resposta. Julie Andrews deixou-se dos filmes musicais, Audrey Hepburn partiu
demasiado cedo. Olivia Newton John não mais voltou ao cinema e John Travolta
dedicou-se a filmes de acção. Continuo e continuarei a pagar por um bom filme
musical, mas será que no futuro eles existirão?
Há uma tendência cada vez
maior para que este género se perca. Aqueles filmes que outrora me fizeram
vibrar ficaram no passado. No presente resta-me esperar que os musicais
apareçam e talvez um dia, talvez no dia em que surgir uma outra Audrey Hepburn,
talvez no dia em que um novo leque de actores, com capacidades excepcionais de
cantar, dançar, representar, apareça, eu volte a ficar hipnotizada em frente ao
televisor tal como outrora me acontecera e nesse dia direi: “Eu hoje estou
satisfeita, porque eu hoje vi um bom musical”.
No dia 4 de Maio de 1929
nasceu uma estrela que viria a desempenhar grandes papéis nos mais importantes
filmes de sempre. A estrela apagou-se demasiado cedo, com apenas 64 anos. A
estrela continuará a brilhar na memória de todos.
Viva Audrey Hepburn, viva o
cinema, e viva os musicais!
Joana
Silva
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