sexta-feira, 4 de maio de 2012

Nasceu uma estrela


Nasceu uma estrela

Hoje é dia 4 de Maio de 2011! Há precisamente 83 anos nascia uma das mais brilhantes actrizes que o grande público jamais vira.

Audrey Hepburn marcou uma época. Foi das mulheres mais premiadas na sétima arte e talvez por isso se tenha tornado tão inesquecível para uma geração que viveu, que se encantou, e que se apaixonou pela actriz belga.
Mais do que relembrar uma actriz, importa relembrar todo um género cinematográfico. Refiro-me aos musicais: os grandes musicais que continuam a ser recordes de bilheteira; os grandes musicais que com a música preenchem um vazio; os musicais que deixaram marcas num século de guerras e catástrofes; os musicais que foram, são e continuarão a ser eternos.
Quem não se lembra de Julie Andrews e das crianças “Von Trapp” nas montanhas verdejantes da Baviera a cantar Do Ré Mi? É impossível deixarmos para trás "Eliza" de My Fair Lady, a pobre vendedora de flores londrina que no espaço de seis meses passa a ser uma dama da alta sociedade que apenas queria dançar toda a noite (I could have danced all nigtht). Quando pensamos em musicais vem-nos automaticamente à cabeça "Don" e "Lina" acompanhados da sua Serenata à Chuva (Singin’ in the rain).
Na década de 70 Olivia Newton John e John Travolta trouxeram-nos o êxito de bilheteira Grease. “Summer Nights” e “You are the one that I want” andaram na boca de meio mundo e influenciaram dezenas de teenagers. Foi ao som de “Aquarius” que, em 1979, surgiu Hair, uma adaptação do teatro musical com o mesmo nome. Desde Dirty Dancing à série televisiva e filme Fame; desde Footloose a Flashdance. Os anos 80 contaram com a presença de filmes musicais, grandes sucessos de bilheteira, que surpreenderam e apaixonaram os jovens de toda a parte.
Eu nasci na década de 90. Cresci a ver musicais bem mais antigos do que eu. A vivacidade, a alegria, o movimento, a agitação, conseguiam sempre prender-me ao ecrã; conseguiam sempre transformar os monótonos diálogos, em que por vezes eu adormecia, em histórias encantadas com príncipes e princesas e com finais felizes. Lembro-me de tentar imitar a freira "Maria" e de ensinar os meus bonecos a cantar; recordo-me de querer ter poderes mágicos como a "Mary Poppins"; tentava dançar tão bem quanto a "Alex" de Flashdance, mas sem sucesso, essa nunca foi a minha praia.
Os anos passaram, os clássicos ficaram. Com o século XXI e com a minha adolescência chegaram as DreamGirls, o High School Musical e o Mamma Mia. Ainda hoje guardo as canções e os passos de dança na memória. O Moulin Rouge e a Nicole Kidman fizeram-me derramar lágrimas infinitas por uma história que não é minha. Catherine Zeta Jones e Richard Gere provocaram-me sentidas gargalhadas com Chicago.
Se me perguntarem se os musicais de hoje são tão bons como os grandes clássicos, eu fico automaticamente sem resposta. Julie Andrews deixou-se dos filmes musicais, Audrey Hepburn partiu demasiado cedo. Olivia Newton John não mais voltou ao cinema e John Travolta dedicou-se a filmes de acção. Continuo e continuarei a pagar por um bom filme musical, mas será que no futuro eles existirão?
Há uma tendência cada vez maior para que este género se perca. Aqueles filmes que outrora me fizeram vibrar ficaram no passado. No presente resta-me esperar que os musicais apareçam e talvez um dia, talvez no dia em que surgir uma outra Audrey Hepburn, talvez no dia em que um novo leque de actores, com capacidades excepcionais de cantar, dançar, representar, apareça, eu volte a ficar hipnotizada em frente ao televisor tal como outrora me acontecera e nesse dia direi: “Eu hoje estou satisfeita, porque eu hoje vi um bom musical”.
No dia 4 de Maio de 1929 nasceu uma estrela que viria a desempenhar grandes papéis nos mais importantes filmes de sempre. A estrela apagou-se demasiado cedo, com apenas 64 anos. A estrela continuará a brilhar na memória de todos.

Viva Audrey Hepburn, viva o cinema, e viva os musicais!



Joana Silva

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